terça-feira, 14 de agosto de 2007

Cidade Invisível

Dia desses, conversando com minha avó, convidei-a para fazer um passeio de trem, saindo aqui da Capital e passando pela cidade em que ela nasceu. Eu estava entusiasmada com a idéia de percorrer as ruas pelas quais ela tinha brincado quando menina, de visitar os lugares onde funcionava as feiras livres, de sentar nas praças para ver o movimento, as pessoas passarem...
Mas, sua resposta me pegou de surpresa, frustrando todos os meus planos...
-Fico agradecida, minha filha, mas, prefiro não ir...
E eu, sem muito entender a recusa do convite, perguntei o por quê.
Ela, com uma simples resposta, me fez pensar.
- Vivi momentos muito bons quando menina, prefiro guardá-los na memória do jeito que estão. Não quero apagar a imagem que tenho guardada comigo...
É que as lembranças que minha avó tinha daquele lugar eram as melhores possíveis. Tinha guardado com ela, a sete chaves, sua preciosa infância e que o tempo e o progresso fizeram questão de modificar, destruindo o que havia de belo e transformado aquela cidade em algo decadente, tão distante dos dias de esplendor que tivera.
Para mim, neta, as memórias imaginárias que tenho da cidade da minha avó, são aquelas contadas por ela mesma, e por isso, sentia uma enorme vontade de conhecer.
Pensando bem...aquele tempo já passou; as ruas não são as mesmas, a realidade é outra.
E foi por ela assim dizer, que tenho que concordar...
Prefiro guardar comigo a imagem da cidade que não cheguei a ver, mas que carrego comigo no meu imaginário...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

MEU PAI SE CHAMA DIGNIDADE

Não sei ao certo quantos anos eu tinha...
Neste dia, eu estava com meus irmãos e minha mãe em visita a uma instituição de caridade (meu pai não havia ido conosco por algum motivo que não me recordo agora).
Os portões de acesso à instituição estavam fechados e avistamos um menino em nossa direção com as chaves na mão para abrir os portões. Era manco, mas vinha com um sorriso no rosto nos receber. Quando entramos, ele nos cumprimentou e começamos a conversar. Queria saber quem éramos. E foi em meio à conversa com minha mãe, que ele perguntou pelo esposo dela e o que ele fazia. Médico, ela respondeu. Ele voltou a perguntar: De quê? Ela disse: De osso, ortopedista. E ainda nem havia dito o nome dele, quando ele falou: Eu sei quem ele é, foi ele que me operou e me fez andar de novo!! (O nome do meu pai foi confirmado para ele, posteriormente). Mas, ele não tinha dúvidas, algo lhe dizia que o marido daquela mulher, era o tal médico.
Nunca esqueci as palavras daquele menino, que deficiente, se sentia feliz por ter voltado a andar.
E guardava no coração a gratidão pelo meu pai (que talvez nem soubesse ou saiba ter feito a diferença na história daquela criança). Assim como para aquele menino, meu pai me fez andar pelos caminhos tortuosos da vida, mas sempre retos, dignos e honestos. Provando-me que é sempre possível preservar nossos valores mais nobres capazes de dignificar a nossa história e descendência, e que embora em silêncio a vida passe (sem aplausos e holofotes), ... o mundo jamais deixará de ser transformado por gestos como o seu, de fazer com todo o seu melhor apesar de.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007



Meu jardim pela manhã...


terça-feira, 7 de agosto de 2007

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Lírios são como os nossos dias...


No dia do meu aniversário, ganhei de uma amiga, lírios.
E uma aflição começou a tomar conta de mim...eu não sabia muito bem o que fazer com eles nas mãos, quase sempre morriam...
Mas, o tempo foi passando e eu fui aprendendo com meus erros e acertos...
8 meses depois...floriram!!!
E me ensinaram que a vida é feita de pequenos momentos...
Que devemos viver um dia de cada vez...

"Se no teu centro um Paraíso não puderes encontrar,

não existe chance alguma de, algum dia, nele entrar".